Justiça suspende júri de vereador de Santa Rita por ameaças a testemunhas
Wagner de Bebé (PSD) foi preso no dia 16 de outubro Reprodução/Instagram (@wagnerdebebe) O desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos, do Tribunal de Justi...
Wagner de Bebé (PSD) foi preso no dia 16 de outubro Reprodução/Instagram (@wagnerdebebe) O desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) decidiu nesta sexta-feira (24) que o júri do vereador de Santa Rita, Wagner de Bebé, preso suspeito de um homicídio em 2025, fosse suspenso por conta de ameaças a testemunhas envolvidas no processo em que é acusado de tentativa de homicídio contra um jovem, em 2016. O tribunal do júri estava marcado para acontecer no dia 12 de novembro. De acordo com o despacho do desembargador, a suspensão acontece no âmbito da transferência do julgamento para outra comarca. Enquanto uma nova comarca responsável pelo processo não é definida, o julgamento fica suspenso. Anteriormente, o caso tramitava na 1ª Vara Mista da Comarca de Santa Rita. O g1 entrou em contato com o advogado do vereador que, por meio de nota, disse que os argumentos alegados no despacho "são totalmente improcedentes e desprovidos de lastro probatório consistente" e ainda ressaltou que a defesa está "plenamente preparada para, na sessão designada, demonstrar cabalmente a inocência" do vereador. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PB no WhatsApp Nos argumentos para a decisão, o desembargador cita diversos motivos para a transferência e também a suspensão do júri. Além da ameaça a testemunhas do processo, o despacho afirma que Wagner de Bebé ameaçou os país de Eziel Felipe de Araújo, o jovem que sofreu uma tentativa de assassinato com suspeita de participação do investigado, além de pessoas na comunidade em Santa Rita, principalmente em Bebelândia, um bairro da cidade. O desembargador cita, inclusive, que as "ameaças e coações diretas" se agravaram com o passar dos anos desde o crime, por conta da ascenção de Wagner ao cargo de vereador na cidade, o que no entendimento da Justiça acabou "ampliado sua influência e poder local, irradiando temor entre as testemunhas e a própria comunidade onde o júri se realizaria". No que diz respeito ao fator de ameaças aos familiares do jovem que sofreu tentativa de homicídio com suspeita de participação do vereador, o desembargador disse que os pais da vítima e a própria vítima foram forçados a abandonarem a própria residência por medo de ameaças de morte "persistentes e crescentes". Apesar de não citar diretamente ameaças aos jurados que julgariam a tentativa de homicídio na Comarca em Santa Rita, o juiz destacou que devido denúncias feitas anonimamente juntas ao processo, moradores de Bebelândia destacaram que "o vereador e seus capangas mataram um rapaz dentro de casa, 'e todos têm medo de depor', o que denota a atmosfera de pânico social reinante na localidade”, o que afetaria o julgamento dos envolvidos por "pressão do ambiente", no entendimento do desembargador. No despacho, o desembargador cita que o pedido para a transferência e a suspensão foram feitos pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), que também havia solicitado medidas protetivas para os familiares e também à vítima, no entanto, essa solicitação foi negada porque o desembargador entendeu que essa competência é do juiz de primeiro grau. Vereador está preso por suspeita de homicído em 2025 Vereador de Santa Rita segue preso por suspeita de homicídios e tráfico O vereador de Santa Rita, Wagner de Bebé, está preso não pelo caso de tentativa de homicídio em 2016 que seria julgado em 12 de novembro até a mudança por conta da decisão do desembargador, mas devido a suspeita de um homicídio que aconteceu em no dia 13 de outubro deste ano. De acordo com o delegado Cristiano Santana, em uma entrevista coletiva, o jovem identificado como Luis Felipe foi morto na manhã da segunda-feira (13) e, um dia antes, no domingo (12), sofreu uma tentativa de homicídio. A Polícia Civil aponta que o vereador tem participação nas duas ações, que não foram detalhadas com o intuito de não atrapalhar as investigações. Durante a operação que prendeu o vereador, no carro do parlamentar, foram apreendidas duas armas de fogo, que vão passar por perícia para verificar se foram utilizadas no crime. O suspeito passou por duas audiências de custódia, portanto. Uma pela suspeita do crime de homicídio e outra pelo porte ilegal de arma de fogo. Na primeira, a Justiça converteu a prisão temporária em preventiva e na segunda a prisão temporária foi mantida. Ou seja, ele cumpre os dois tipos de prisão. Atualmente, o vereador está preso no Presídio Especial Valentina de Figueiredo. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba