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Prefeito de João Pessoa sanciona lei que exige cartazes sobre aborto em unidades de saúde

José Marques/Secom-PB/Divulgação O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (MDB), sancionou uma lei que obriga as unidades de saúde do município a exibire...

Prefeito de João Pessoa sanciona lei que exige cartazes sobre aborto em unidades de saúde
Prefeito de João Pessoa sanciona lei que exige cartazes sobre aborto em unidades de saúde (Foto: Reprodução)

José Marques/Secom-PB/Divulgação O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (MDB), sancionou uma lei que obriga as unidades de saúde do município a exibirem cartazes sobre aborto nas salas de espera e consultórios destinados ao atendimento de gestantes. A lei foi publicada no Diário Oficial do Município desta terça-feira (2), mas foi assinada na quinta-feira (27). Segundo a lei, todos os estabelecimentos de saúde da capital devem instalar os cartazes, incluindo hospitais públicos e privados, postos de saúde, unidades de pronto atendimento (UPAs), unidades básicas de saúde, clínicas e demais estabelecimentos do setor. O texto da lei determina que as placas devem conter informações sobre aborto, como: Sequelas físicas: hemorragias, perfuração uterina, infecções e infertilidade. Sequelas psicológicas e emocionais: depressão, ansiedade e estresse pós-traumático. O projeto de lei foi proposto pelo vereador Fábio Lopes (PL), que justificou a medida dizendo que as mães precisam ter ciência de “todas as sequelas causadas por um procedimento abortivo”. Ele defende que a vida começa na concepção e diz que a discussão é complexa, envolve diferentes perspectivas, mas que é necessário garantir as informações. Leis semelhantes foram suspensas em outros estados Leis municipais de Vitória, no Espírito Santo, e da capital do Rio de Janeiro também determinavam a fixação de cartazes sobre aborto em unidades de saúde e foram suspensas pela Justiça. Ao contrário do projeto proposto em João Pessoa, as leis indicavam que os cartazes deveriam ter as seguintes mensagens: “Aborto pode acarretar consequências como infertilidade, problemas psicológicos, infecções e até óbito.” “Você sabia que o nascituro é descartado como lixo hospitalar?” “Você tem direito a doar o bebê de forma sigilosa. Há apoio e solidariedade disponíveis para você. Dê uma chance à vida!” Em julho deste ano, a Justiça do Rio de Janeiro considerou que a lei extrapolou a competência do município na área da saúde e violou princípios constitucionais, como o da dignidade humana e da proporcionalidade. Já em outubro, a Justiça do Espírito Santo afirmou que a norma viola a dignidade da pessoa humana, o direito à saúde, o direito à informação e à liberdade de consciência, além de afrontar compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. Em ambos os projetos, era prevista uma multa de R$ 1 mil para gestores de unidades de saúde que descumprissem a determinação. Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba

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